terça-feira, 29 de março de 2011

HUMANISMO

Humanismo
        Ao final da Idade Média a Europa passa por profundas transformações. A imprensa é aperfeiçoada permitindo maior divulgação dos livros; a expansão marítima é impulsionada graças ao desenvolvimento da construção naval e à invenção da bússola; aparecimento da atividade comercial. Surge o mercantilismo, e com ele, a economia baseada exclusivamente na agricultura perde em importância para outras atividades. As cidades portuárias crescem, atraindo camponeses. Criam-se novas profissões e pequenas indústrias artesanais começam a se desenvolver.
        Uma nova classe social emerge nas pequenas cidades (burgos), composta por mercadores, comerciantes e artesãos, as quais passam a desafiar o poder dos nobres. Essa classe recebe o nome de Burguesia.
        O espírito medieval, baseado na hierarquia nobreza – clero – povo, começa a se desestruturar e o homem preso ao feudo e a o senhor adquire nova consciência. Diante do progresso, percebe-se como força criadora capaz de influir nos destinos da humanidade, descobrindo, conquistando e transformando o Universo.
        O homem descobre o homem. A idéia de que o destino estava traçado por forças superiores, a qual caracteriza a homem como ser passivo, vai sendo substituída pela crença de ele é o mentor de seu próprio destino. O misticismo medieval começa a desaparecer, e o Teocentrismo cede lugar ao Antropocentrismo.
        Portugal tem como marco cronológico de toda essa transição a Revolução de Avis (1383 – 85), quando D. João, o Mestre de Avis, aliado aos burgueses, proporcionou a expansão ultramarina. A tomada de Ceuta em 1415, primeira conquista ultramarina, Portugal inicia a longa caminhada de um século até conhecer seu apogeu.                                                                http://universoliterario.vilabol.uol.com.br/humanismo.html
  Início: 1434 - Fernão Lopes é nomeado cronista-mor do Reino.
 Término: 1527 - Francisco de Sá de Miranda inicia o Renascimento em Portugal.
 Perfil da Época:
  • Transição da Idade Média ao Renascimento;
  • Crise do Feudalismo e da Igreja;
  • Centralização política: Absolutismo;
  • Início do Mercantilismo: grandes navegações;
  • Revalorização da Antigüidade Clássica;
  • Dualismo: Teocentrismo X Antropocentrismo;
  • Obras importantes:
Características do Humanismo:
  •       Florescimento da prosa; declínio da poesia.
  •       Manifestações literárias:
  •       Poesia palaciana
  •       Prosa doutrinária
  •       Historiografia
  •      Teatro de Gil Vicente
      Poesia Palaciana
      1) Cancioneiro Geral, de Garcia Resende, 1516.
      2) Ligada à vida social da corte.
      3) Transição entre a tradição medieval e a tradição moderna.
      4) Autonomia em relação à música:
  • métrica
  • declamadas em salões
  • surgem os livros, com a invenção da imprensa
  • os autores se chamam poeta, não são mais trovadores
  • lírica (contradições do amor - influência de Petrarca, poeta italiano)
Prosa doutrinária da corte de Avis
      A dinastia se tornou o centro da produção cultural portuguesa.
      Principais obras:
      1) Livro de Montaria, D. João I.
      2) Virtuosa Benfeitoria e Leal Conselheiro, de D. Pedro.
      3) Ensinança de Bem Cavalgar toda Sela, de D. Duarte.
Teatro de Gil Vicente
      Mentalidade medieval - ambientado no início da Era Moderna, mas ainda reflete o pensamento medieval.
      Características:
      1) teatro alegórico - as barcas são alegorias da morte;
      2) teatro de tipos - classe social, profissão, sexo, idade. Exemplos do Auto da Barca do Inferno:
  • Fidalgo
  • Onzeneiro
  • Parvo
  • Procurador/ Corregedor
3) Teatros de quadros: sucessão de cenas, chegando a um ponto culminante e desfecho.
      4) Rupturas da linearidade do tempo e despreocupação com a verossimilhança: na farsa O Velho da Horta - pela manhã a mocinha procura o velho para comprar os temperos, no final do diálogo, o criado vem avisar-lhe que já é noite.
      5) Teatro cômico e satírico. A maioria das peças são comédias de costumes, seguindo o lema latino: “Pelo riso corrigem-se os costumes”. Personagens caricaturais. Sua linguagem faz cócegas na platéia.
Gil Vicente, nasce o Teatro em Portugal
        O ano de nascimento do teatrólogo Gil Vicente, o introdutor do teatro em Portugal, não é conhecido ao certo; alguns assinalam que teria sido em 1465 ou 1466, e o ano de sua morte entre 1536 e 1540. Sabe-se, entretanto, que ele iniciou sua carreira teatral em 1502, quando, representando os servidores do Palácio do rei D. Manoel, declamou em espanhol o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, na câmara de D. Maria de Castela .
        Vicente, figura cimeira do teatro português, foi homem de coragem, que não hesitou em denunciar com lucidez, mordacidade e sentido de humor os abusos, hipocrisias e incoerências que estavam a sua volta. Nada escapou a sua observação: o clérigo devasso e venal, esquecido do verdadeiro sentido de sua missão; o velho cúpido e avarento; a moça fútil e preguiçosa; a esposa infiel, hipócrita e interesseira – todos eles constituem personagens vivas, lançadas do tempo para a eternidade pelo genial Mestre Gil.

Atividade
Assista ao filme "O nome da Rosa", baseado no best-seller do escritor Umberto Eco, e faça o que se pede:
01. Faça uma sinopse do filme.
02. Descreva, com objetividade, os personagens principais.
03. Esse filme pode ser considerado Humanista? Por quê?
04. Que características do Humanismo encontramos no  filme?
05. Pesquise o que foi a "Santa Inquisição" e aponte o papel dela no filme.
06. O filme trabalha  a questão do Teocentrismo X Antropocentrismo. Explique em que parte do filme acontece isto.
07.Como é trabalhado o amor no filme?
08. Como a mulher é vista pelos humanistas? Como aparece no filme?
09. Explique o papel da comédia no enredo.
 Crédito:

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