Literatura


TROVADORISMO

Atividade de Literatura



Texto para a questão 1.

            Hun tal home sei eu, ai, bem talhada,
            que por vós tem a sa morte chegada;
            vedes quem é e seed’ em nembrada:
eu, mia dona!

Hun tal home seu eu que preto sente
de si morte chegada certamente:
vedes quem é e venha-vos em mente:
eu, mia dona!

Hun tal home sei eu, aquest’ óide:
que por vós morr’ e vo-lo em partide;
vedes quem é, non xe vos obride:
eu, mia dona!

1. No poema acima o final dos últimos versos mia dona! Caracteriza um cantar medieval, que se classifica como:

a.     Cantiga satírica
b.    Cantiga de escárnio
c.     Cantiga de amigo
d.    Cantiga de maldizer
e.     Cantiga de amor

2. Assinale a alternativa que substitui corretamente os _____________de forma a completar as informações abaixo:

I.              As cantigas de ___________são poesias de sabor provençal, em que quem fala é o apaixonado , que consagra à sua dona um amor torturado e sem esperança.
II.             As cantigas de ___________ são poesias de origem nacional (galego-portuguesa), de caráter acentuadamente feminino, com sentimentos imaginariamente expressos por uma mulher, geralmente solteira.
III.            AS cantigas de __________ são poesias satíricas em que se criticam pessoas, costumes e acontecimentos. Diz-se mal, mas encobertamente (sem  revelar o nome da pessoa ou pessoas visadas), com expressões irônicas e ambíguas. Quando se diz mal abertamente, pondo-se o nome da pessoa ou pessoas visadas, as cantigas são chamadas de ________.

a.     cantiga de amor, cantiga de amigo, cantiga de maldizer, cantiga de escárnio.
b.    cantiga de amigo, cantiga de amor, cantiga de maldizer, cantiga de escárnio.
c.     cantiga de amigo, cantiga de amor, cantiga de escárnio, cantiga de maldizer.
d.    cantiga de amor, cantiga de amigo, cantiga de escárnio, cantiga de maldizer.  
e.     Cantiga de amor, cantiga de escárnio, cantiga de amigo, cantiga de maldizer.

 3. Leia e observe com atenção a composição seguinte:

"Ay flores, ay flores do verde pinho,
se sabedes novas do meu amigo!
          ay Deus, e hu é
1?                                                           1 E hu é: onde está
Ay flores, ay flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
          ay Deus, e hu é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu no que pôs comigo!
          ay Deus, e hu é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu no que me há jurado!
          ay Deus, e hu é?

A composição anterior, parcialmente transcrita, pertence à lírica medieval da Península Ibérica. Ela tem autor desconhecido, arte poética própria e características definidas do lirismo trovadoresco, podendo-se ainda descobrir o nome pelo qual composições idênticas são conhecidas.
Em uma das alternativas indicadas acham-se todos os elementos que correspondem a essas afirmações.

a) O autor é Paio Soares de Taveirós. Destacam-se o paralelismo das estrofes, a alternância vocálica e o refrão. O poeta pergunta pelo seu amigo.
b) O autor é Nuno Fernandes Torneol. Destaca-se o refrão como interpelação à natureza. Trata-se de uma cantiga de amigo.
c) O autor é el-rei D.Dinis. Destacam-se o paralelismo das estrofes, a alternância vocálica e o refrão. O poeta canta na voz de uma mulher e pergunta pelo amado, porque é uma cantiga de amigo.
d) O autor é Fernando Pessoa. Destaca-se a alternância vocálica. Trata-se da teoria do fingimento, que já existia no lirismo medieval.
e) O autor é Martim Codax. Destaca-se o ambiente campestre. O poeta espera que os pinheiros respondam à sua pergunta.
4. Indique a opção correta sobre os versos.
            [...]
            Princesa
            Surpresa
            Você me arrasou
            Serpente
            Nem sente que me envenenou
            Senhora, e agora
            Me diga onde vou
            [...]

a.     não existe neles a noção da força do poder sedutor feminino.
b.    A situação da mulher neles referida é a mesma que encontramos nas cantigas de amigo do Trovadorismo.
c.     Apresentam a mulher com a mesma carga de sensualidade que lhes atribui boa parte da poesia parnasiana.
d.    Seguem o modelo descritivo típico do Simbolismo, apresentando a figura feminina com traços vagos, imprecisos, esfumaçados.
e.     Lembram-nos aquela situação de vassalagem que marca as relações amorosas das cantigas de amor do Trovadorismo.


  1. Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.

a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.

6. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor.

a) O ambiente é rural ou familiar.
b) O trovador assume o eu - lírico masculino: é o homem quem fala.
c) Têm origem provençal.
d) Expressam a "coita" amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.


7. Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que:

a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade.
c) pode ser dividida em lírica e satírica.
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu - lírico feminino.

8. "Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos a primeira grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto" (Costa Pimpão)

a) Qual é essa primeira época lírica portuguesa?

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b) Que tipos de composições poéticas se cultivavam nessa época?

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ROMANTISMO
PROFESSORA RAIKA BARRETO
ALUNO_____________________________________________N.º____________TURMA/SÉRIE___________
01.
      Teu romantismo bebo, ó minha lua,
      A teus raios divinos me abandono,
      Torno-me vaporoso... e só de ver-te
      Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.
       Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a:
 a)      ironia romântica
b)      tendência romântica
c)      melancolia romântica
d)      aversão dos românticos à natureza
e)      fuga romântica para o sonho
02.  
              Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
        Se um suspiro nos seios treme ainda,
        É pela virgem que sonhei...que nunca
        Aos lábios me encostou a face linda! (Álvares de Azevedo)
 A característica do Romantismo mais evidente nesta quadra é:
 a)      o espiritualismo
b)      o pessimismo
c)      a idealização da mulher
d)      o confessionalismo
e)      a presença do sonho
03.  
            Minh’alma é triste como a rola aflita
        Que o bosque acorda desde o albor da aurora,
        E em doce arrulo que o soluço imita
        O morto esposo gemedora chora.
        A estrofe apresentada revela uma situação caracteristicamente romântica. Aponte-a.
 a)      A natureza agride o poeta: neste mundo, não há amparo para os desenganos morosos.
b)      A beleza do mundo não é suficiente para migrar a solidão do poeta.
c)      O poeta atribui ao mundo exterior estados de espírito que o envolvem.
d)      A morte, impregnando todos os seres e coisas, tira do poeta a alegria de viver.
e)      O poeta recusa valer-se da natureza, que só lhe traz a sensação da morte.
04.  Assinale a alternativa que traz apenas características do Romantismo:
 a)      idealismo – religiosidade – objetividade – escapismo – temas pagãos.
b)      predomínio do sentimento – liberdade criadora – temas cristãos – natureza convencional – valores absolutos.
c)      egocentrismo – predomínio da poesia lírica – relativismo – insatisfação – idealismo
d)      idealismo – insatisfação – escapismo – natureza convencional – objetividade.
e)   n.d.a.
05.  De acordo com a posição romântica, é correto afirmar que:
 a)      A natureza é expressiva no Romantismo e decorativa no Arcadismo.
b)      Com a liberdade criadora implantada no Romantismo, as regras fixas do Classicismo caem e “o poema  começa onde começa a inspiração e termina onde esta termina.”
c)      A visão de mundo romântica é centrada no sujeito, no “eu” do escritor, daí a predominância da função  emotiva na linguagem do Romantismo.
d)      Todas as alternativas anteriores estão corretas.
e)   Nenhuma das alternativa está correta.



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Escola Estadual Plínio Pinheiro
Professora Raika Barreto
Aluno:------------------------------------------------------------------
IDADE MÉDIA – 1º MOMENTO
O TROVADORISMO EM PORTUGAL

O Trovadorismo é um movimento de caráter exclusivamente poético e marca o surgimento da Literatura portuguesa. Historicamente é marcado pelo predomínio da Igreja e da nobreza feudal; resultando numa visão cristã teocêntrica e subjetiva, com características como emoção, espiritualismo, pessimismo, pecado e escuridão.

As composições líricas desse período são chamadas de cantigas e se dividem em dois tipos:
• Cantigas líricas (de amor e amigo);
• Cantigas satíricas (de escárnio e maldizer).

CANTIGAS DE AMOR

A submissão do vassalo ao seu senhor é transferida para o mundo das relações amorosas, por isso o mandamento número um do trovador é fidelidade e submissão absoluta à sua musa.
Essas cantigas apresentam eu lírico masculino; o trovador lamenta a coyta d’amor, ou seja, o sofrimento pela impossibilidade de realização amorosa, já que a dama pertence a uma classe social superior à dele.
O trovador reitera a promessa de servir, honrar e respeitar a dama, poupando-a até da revelação de sua identidade.
O poeta idealiza a amada como um ser quase divino, mas ela ignora seu amor ou tem conhecimento dele e o despreza. Esse amor impossível e inevitável faz com que o eu lírico sofra por tornar-se prisioneiro desse sentimento.
Quanto aos aspectos formais, podemos dizer que as cantigas de amor apresentam uma linguagem mais erudita e sofisticada do que as de amigo. Sua estrutura é menos repetitiva, podendo ou não apresentar refrão.

“ Eu gran coita, senhor
que peior que a morte
vivo, per boa fé,
e pólo voss’amor
esta coita sofr’eu
por vos, senhor, que eu

Vi pólo meu gran mal,
e melhor mi será
de morrer por vós já
e, pois meu Deus nou val,
esta coita sofr”eu
por vós, senhor, que eu

Pólo meu gran mal vi
e mais mi val morrer
ca tal coita sofrer,
pois por meu mal assi
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu

Vi por gran mal de mi,
Pois tan coitad’and’eu.”

(D.DINIS)

CANTIGAS DE AMIGO

As cantigas de amigo apresentam eu lírico feminino, o trovador assume o ponto de vista da mulher. O “amigo” referido é, na verdade, namorado ou amante. Várias dessas cantigas se prestavam a festas, comemorações e rituais ligados à chegada da primavera.
A vida cotidiana, a saudade do amigo que partiu para às guerras, o ciúme, a indignação, a vaidade de ser bela, festas, bailes; enfim, o colorido do mundo medieval português podem ser sentido nessas cantigas.
Na maior parte das vezes, a mulher não se dirige diretamente ao homem amado; adota como confidente uma amiga, a irmã, a mãe ou um elemento da natureza.
Quanto aos aspectos formais, as cantigas de amigo apresentam linguagem mais simples que as cantigas de amor (devido a sua origem popular). Muitas apresentam refrão e estrutura paralelística.

“Mandad’ei comigo,
ca ven meu amigo:
e irei, madr’, a Vigo.


comi’gei mandado,
ca ven meu amado:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven meu amigo
e ven san’e vivo:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven meu amado
e ven viv’e sano:
e irei madr’, a Vigo.


ca ven san’e vivo
e d’el rei, amigo:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven viv’e e sano
e d’el rei privado:
e irei, madr’, a Vigo.”

( MARTIN CODAX)

CANTIGAS SÁTIRICAS

Esse gênero da cantiga revela o mundo boêmio e marginal dos jograis, fidalgos, bailarinas; enfim, dos artistas da corte, aos quais se misturavam religiosos e até mesmo reis.
A distribuição entre as cantigas de escárnio e maldizer é muito sutil:
• Escárnio: crítica indireta, de forma velada e sutil, a identidade do alvo permanecia um pouco na sombra (mascarada).
• Maldizer: ataque nominal e direto, crítica rude, mencionando o nome da pessoa a ser criticada; usando linguagem desbocada, chula e obscenidades.


“Rui queimado morreu con amor
eu seus cantares, par Santa Maria,
por na dona que gran ben queria,
e por se meter por mais trabador,
porque lh’ela non quis [o] ben fazer
fez-s’el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!

Esto fez el por ua sa señor
que quer gran ben, e mais nos em diria:
porque cuida que faz i mestria,
e nos cantares que fez sabor
de morrer i e desi d’ar viver;
esto faz el que se’o pode fazer,
mas outr’ omem per ren non [n] o faria.

E non há já de sa morte pavor,
senon as morte mais la temeria,
mas sabe ben, per sa sabedoria,
que viverá, dês quando morto for,
e faz [s’] en seu cantar morte prender,
desi ar viver: vede que poder
que ehi Deus deu, mais que non cuidaria.

E, se mi deus a min poder,
qual oi’el há, pois morrer, de viver,
jamais morte nunca temeria.”

(PÊRO GARCIA BURGALÊS)

IDADE MÉDIA – 2º MOMENTO
HUMANISMO
(O RITO DE PASSAGEM PARA O CLASSICISMO)


No segundo momento da Idade Média surgiu o Humanismo, quando o homem buscava outras maneiras de interação com o mundo, levado agora por uma racionalidade, que esbarrava ainda no teocêntrismo milenar imposto pela Igreja.
Novas formas de pensar e agir vão construindo um novo código de ética e, no século seguinte aflora o Classicismo Renacentista, caracterizado sobretudo pelo resgate da herança greco-latina, pelo antropocêntrismo, e pelo florescimento de uma nova cultura.
O Humanismo é o período intermediário entre o mundo clássico e inaugura um período que a história chama de Renascimento.

Quatro foram os tipos de produção que marcaram o século XV e o início do século XVI:
  • A historiografia de Fernão Lopes ( escreveu a história de Portugal com base em documentos, desprezando testemunhos frágeis ou duvidosos, mantendo a chama artística acesa, sem deixar que seu ponto de vista prevalecesse sobre os fatos verídicos).
  • A prosa didática (ou doutrinária), a poesia palaciana (poemas compostos em “medida velha” – redondilhas de cinco e sete sílabas poéticas- para o prazer da leitura e declamação, sem acompanhamento musical), e ainda o teatro de Gil Vicente.
Gil Vicente e o Teatro Português

Gil Vicente inaugurou o teatro português, encenando peças na corte para os nobres. Viveu no contexto histórico marcado pelas grandes descobertas e ao mesmo tempo pelo ambiente palaciano, medieval, religioso e conservador. Humanista, reflete o estado oscilante de um mundo velho e de sua decomposição.
O ser humano é seu objeto de preocupação. O homem de seu tempo, de qualquer categoria social, é motivo de reflexão porque vive num contexto em que os costumes se degradam. A crítica ao homem tem como função abrir sua consciência e reaproxima-lo de Deus.
Nas peças religiosas o autor coloca sempre um relevo a oposição de dois mundos: material e sobrenatural, profano e divino, trevas e luzes.
Obras principais: Farsa de Inês Pereira, Auto da Barca do Inferno e Auto da Alma.

Questões

01. No inicio do século XIII, a intransigência religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores, mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia ocidental com a beleza melódica e a delicadeza emocional de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do amor e da mulher.
a)Verdadeiro
b)Falso

02. A canção associava o amor-elevação, puro, nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos.
a)Verdadeiro
b)Falso

03. Assinale a afirmação falsa:
a)O judeu Maimônides e o islamista Averróis são expressões do que as culturas dominadas produziram de mais significativo na Península Ibérica
b)A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e a hebraica
c)Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu início assentada na diversidade e na contradição, do que resultaram alguns de seus traços positivos (miscibilidade, aclimatabilidade etc.) e negativos (tendência ao ceticismo quanto a idéias, desconfiança etc.
d)A cultura católica, técnica e literariamente superior às culturas islâmica e hebraica, impôs-se naturalmente desde os primórdios da formação de Portugal
e)A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os aspectos mais dramáticos da destruição sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas opostas

04. O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e aufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra Pound.
a)Verdadeiro
b)Falso

05. A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e musical
a)Verdadeiro
b)Falso

08. A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram.
a)Verdadeiro
b)Falso

09. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:
a)Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar
b)As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade
c)A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida
d)Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a obrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores
e)O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.

10. Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística
a)Verdadeiro
b)Falso

11. Assinale a alternativa correta sobre o texto abaixo:

Levad´, amigo, que dormides as manhãas frias;
Todalas aves do mundo d`amor dizian:
Leda m`and`eu!
Levad`, amigo, que dormide`-las frias manhãas;
Todalas aves do mundo d`amor cantavan:
Leda m` and`eu!
Todalas aves do mundo d`amor dizian:
Do meu amor e do voss` em ment`avian:
Leda m`and`eu!
a) Trata-se de uma cantiga de amor paralelística com refrão e eu lírico feminino.
b) Trata-se de uma cantiga de escárnio, em que uma mulher critica seu namorado por ele haver cortado os ramos em que as aves pousavam para cantar o amor de ambos.
c) É uma típica cantiga de amigo. O eu lírico é feminino, a natureza aparece entrelaçada à questão amorosa e as estrofes apresentam estrutura paralelística e refrão.
d) Não há sinais de influências folclóricas na cantiga em questão; nota-se que, nela, a experiência amorosa é adequada aos modos palacianos aristocráticos.
e) Trata-se de uma cantiga de maldizer, embora o nome da pessoa criticada não seja abertamente mencionado.

12. Assinale a alternativa que identifique corretamente o tipo de composição poética exemplificada no trecho.
Ai, dona fea, foste-vos queixar
Que vos nunca louv`em[o] meu trobar;
Mais ora quero fazer um cantar
Em que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!
(D. Joam Garcia de Guilhade)
a) cantiga de amor
b) cantiga de amigo
c) cantiga de amigo, sem refrão
d) cantiga de escárnio
e) cantiga de maldizer


13. Assinale a alternativa que identifique corretamente o tipo de composição poética exemplificada no texto.
Ay Deus, e quen mi tolherá
Gran coyta do meu coraçon
No mundo, poys mha senhor non
Quer que eu perca coyta já!
E direy-vos como non quer:
Leixa-me sem seu bem viver
Coytad`, e, se mi non valer
Ela, que[n] mi pode valer?
Bernal de Bonaval


a) cantiga de amor
b) cantiga de amigo
c) cantiga de amigo, sem refrão
d) cantiga de escárnio
e) cantiga de maldizer

14. Suas obras constituem o mais rico acervo de poesia dramática do fim da Idade Média européia. Sua habilidade satírica e sua crítica moral recriam o cotidiano da sociedade portuguesa de seu tempo, com alta qualidade artística, deixando entrever a penetração das idéias do Humanismo. Trata-se de:
a) Sá de Miranda
b) Garcia de Resende
c) Luís de Camões
d) Gil Vicente
e) Antônio Ferreira

15. Por que se pode afirmar que Gil Vicente tem um pé em sua época e outro no passado?

16. Qual a importância e a novidade do movimento cultural conhecido como Humanismo?

17. Leia os textos abaixo e responda o que se pede:

Senhor, cuytad`é o meu coraçon
Por vós e moyro, se Deus mi perdon,
Porque sabede que, dês que enton
Vos vi, dês y
Nunca coyta perdi.
Tanto me coyta e trax mal Amor
Que me mata, seed`em sabedor,
E tod`aquesto é, dês que, senhor,
Vos vi, dês y
Nunca coyta perdi.
(D. Dinis)

Que coisa tamanha ei a sofrer
Por amar amigu` e non o veer!
E pousarei sol o avelãal.
Que coita tamanha ei endurar,
Por amar amigu`e non lhi falar!
E pousarei sol o avelãal.
(Nuno Fernandes Torneol)

Assinale a alternativa correta.

a) Ambos os textos são cantigas de amigo paralelísticas, com refrão.
b) Os dois fragmentos poéticos falam da coita, ou sofrimento amoroso, motivo pelo qual devem ser classificados como cantigas de amor.
c) O texto 5 é fragmento de uma cantiga de amigo, pois é uma composição popular, como demonstra a presença do refrão; o texto 6 faz parte de uma cantiga de amor, pois, apesar da presença do refrão e do eu lírico feminino, fala da coita, que é o tema central desse tipo de composição.
d) O texto 5 é fragmento de uma cantiga de amor, em que o eu lírico idealiza a mulher amada, segundo convenções do amor cortês; embora se trate de poesia aristocrática, a presença, a presença de refrão indica a contaminação de formas populares. O texto 6 pertence a uma cantiga de amigo, construída na sua forma mais típica (presença da natureza, paralelismo e refrão); o eu lírico feminino fala de seu sofrimento, por não poder ver seu namorado nem falar com ele.
e) O texto 5 é fragmento de uma cantiga de amor atípica, pois o eu lírico louva a mulher amada desrespeitando as convenções do amor cortês, em favor de uma concepção menos platônica e mais erótica. O texto ¨pertence a uma cantiga de amigo, construída da forma mais típica (paralelismo e refrão), embora a natureza esteja ausente; o eu lírico feminino fala de seu sofrimento, por não poder ver nem falar com seu namorado.

18. “Ai, flores, ai flores do verde ramo
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?”

Vocabulário:
sabedes: sabeis
u: onde

Escreva as palavras que completam os espaços;
“Os versos acima pertencem a uma cantiga de (a) _________ características de ____________português, estética literária dos séculos XII, XIII e XIV.”
19. Amor, desamor e ciúme; freqüentemente inspiração na vida popular, bem como a exploração de eu feminino indicam cantigas de _______________.

20. “Um amor assim delicado
Você pega e despreza (...)
Nem sente que me envenenou
Senhora, e agora
Me diga onde eu vou
Senhora
Serpente
Princesa”
Esse fragmento da Queixa, de Caetano Veloso, mantém pontos de contato com a poesia trovadoresca. Quais são esses pontos de contato?

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Movimentos literários



01.(FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta:
a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.                
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical.
Resposta: A
02. Assinale a alternativa que tenha apenas características do Parnasianismo:
 a) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos da natureza;
b) preocupação com a forma, com a técnica e com a métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas;
c)  predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso; descrições de objetos;
d) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do nacionalismo;
e) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente.
Resposta: B
03.(MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana:
a)  a oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas.
b)  A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o culto da forma.
c)  A obsessão pelo adorno e contenção lírica.
d) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos.
e) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente.
Resposta: E
04. (CEFET-PAR) 
      E sobre mim, silenciosa e triste,
      A Via-Láctea se desenrola
      Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac)
      Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
 a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.
b)  A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
 Resposta: B
   05. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos:
 a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente estéticas;
b)  há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações populares;
c)  o artesanato poético é sua principal preocupação;
d)  os parnasianos diferem da atitude impassível e anti-sentimental dos realistas;
e)  é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual”.
 Resposta: D
 06. Ainda quanto a estes temas e atitudes:
 a) existe uma preferência pelos temas universais, objetivos;
b)  ao fazer a fixação da cenas históricas, o poeta coloca-se ao lado dos anseios de sua época;
c)  a mitologia é revalorizada;
d)  filosoficamente, os parnasianos são pessimistas;
e) a descrição de fenômenos naturais é freqüente em seus versos.
 Resposta: B
  07. Leia os versos:
       Esta, de áureos relevos, trabalhada
      De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
      Já de  aos deuses servir como cansada,
      Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
 
      Era o poeta de Teos que a suspendia.
      Então e, ora repleta ora esvaziada,
      A taça amiga aos dedos seus tinia
      Todas de roxas pétalas colmada.  (Alberto de Oliveira)
        Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema:
 a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo;
b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso;
c) revalorização das idéias iluministas e descrição do passado;
d)  descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga;
e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual.
 Resposta: D
 Texto para as questões 08 a 10
      Vila Rica
      1                    O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
      2                    Sangram, em laivos de outro, as minas, que ambição
      3                    Na torturada entranha abriu da terra nobre;
      4                    E cada cicatriz brilha como um brasão.
 
      5                    O ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
      6                    O último ouro do sol morre na cerração.
      7                    E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
      8                    O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
 
      9                    Agora, para além do cerro, o céu parece
      10                Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu
      11                A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.
 
      12                Como uma procissão espectral que se move...
      13                Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
      14                Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. (Olavo Bilac)
   08. Sobressai no poema:
 a) a descrição de um ambiente fictício;
b) a visão do homem infeliz;
c) um retrato valorizador da fé humana;
d) um aprofundamento do mistério humano;
e) O aspecto descritivo e a lembrança de um passado histórico.
 Resposta: E
 09. Predominam no texto:
 a) imagens gustativas e auditivas;
b)  imagens acústicas e tácteis;
c) imagens  acústicas e olfativas;
d) imagens visuais e tácteis;
e) imagens acústicas e visuais.
 Resposta: E
 10. Assinale o par que melhor se aplica ao poema:
 a) manhã / tarde
b)  religião / ateísmo
c) dor / felicidade
d) mistério / solução
e) opulência / decadência

 Resposta: E




Professora Raika Barreto
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Romantismo no Brasil
                                                                                                              Professora Raika Barreto

                O Romantismo no Brasil é o movimento dos pensamentos e mudanças advindos da Revolução Industrial e Francesa ocorridos na Europa. A burguesia ganhava poder e uma nova classe surgia, a dos proletariados. No Brasil, a repercussão destas revoluções é a luta e conquista da independência.
Já na literatura observa-se uma introspecção frente à realidade, pois na fase romântica a literatura passa a refletir e observar o homem no seu aspecto subjetivo: as emoções, as condições do estado de alma, os sentimentos de amor e saudade, além disso, valoriza as características nacionais na figura do índio.
Além da fuga da realidade ou “escapismo”, do nacionalismo e do subjetivismo, o romantismo apresenta as seguintes características: liberdade de expressão e produção, individualismo, pessimismo, medievalismo e crítica social.
A publicação de “Suspiros poéticos e saudades”, em 1836, do autor Gonçalves de Magalhães é o marco inicial do Romantismo brasileiro. No entanto, o responsável pela consolidação da literatura romântica no Brasil é Gonçalves Dias.
O Romantismo brasileiro pode ser dividido em três gerações distintas:

Primeira geração
Geração cujo tema é a valorização da natureza e da figura do índio. A temática desta fase é o indianismo e tem como principal autor Gonçalves Dias.

Quanto à prosa, José de Alencar se encaixa na primeira geração em função de seus romances indianistas.

Segunda geração
Geração do chamado “Ultra-Romantismo”, o qual é justificado pelo exagero na exposição dos sentimentos, na sua maioria, pessimistas (tédio, morte). O poeta Álvares de Azevedo é reconhecidamente o poeta mais dramático desta geração poética.

• Terceira geração
Geração que apresenta tendências do Realismo, por introduzir uma literatura mais voltada para os problemas regionais, políticos e sociais. O romance regionalista de mais repercussão é “Inocência” e tem como autor Visconde de Taunay.
Os principais autores do Romantismo brasileiro são:
Na poesia: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Castro Alves.
Na prosa: Joaquim Manuel Macedo, José de Alencar, Visconde de Taunay.

Literatura - 2ª serie do Ensino Médio - Exercícios - Romantismo.

I. - Preferência pela realidade exterior sobre a interior.
II. - Anteposição da fé à razão, com
valorização da mística e da intuição.
III.- Poesia descritiva de representação dos fenômenos da natureza. Detalhismo.
IV. - Gosto pelo pitoresco, pela descrição de ambientes exóticos.
V.- Atenção do escritor aos detalhes para retratar fielmente o que descreve.

1Assinale a alternativa correta.
Características gerais do Romantismo se acham expressas nas proposições:
( ) a) II e IV
( ) b) II e III
( ) c) I e IV
( ) d) II e V
___________________________________
2 - Machado de Assis representa a transição entre:
( ) a)Arcadismo e Romantismo
( ) b)Barroco e Romantismo
( ) c)Romantismo e Realismo
( ) d)Parnasianismo e Simbolismo Negrito
__________________________________
3 - Assinale a alternativa que traz apenas características do Romantismo:
( ) a)idealismo, religiosidade, objetividade, escapismo, temas pagãos.
( ) b) predomínio do sentimento, liberdade criadora, temas cristãos, natureza convencional, valores absolutos.
( ) c) egocentrismo, predomínio da poesia lírica, relativismo, insatisfação, idealismo.
( ) d)idealismo, insatisfação, escapismo, natureza convencional, objetividade.
____________________________________
4 - (UNIP-SP) Assinale a alternativa não-aplicável à poesia romântica;
( ) a) O artista goza de liberdade na metrificação e na distribuição rítmica.
( ) b) O importante é o culto da forma, a arte pela arte.
( ) c) A poesia é primordialmente pessoal, intimista e amorosa.
( ) d) Enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo, o individualismo.
( ) e) A linguagem do poeta é a mesma do povo: simples, espontânea.
_____________________________________
5- (UFSE-SE) No período romântico brasileiro, os aspectos estéticos e os históricos ligaram-se de modo especialmente estreito e original: entre nós, o Romantismo deu expressão à consolidação da independência, à afirmação de uma nova Nação e à busca das raízes históricas e míticas de nossa
cultura — características que se encontram amplamente
( ) a) na poesia de Gonçalves de Magalhães influenciada pela de Gonçalves Dias.
( ) b) nos romances urbanos da primeira fase de Machado de Assis.
( ) c) nos romances de costumes de Joaquim Manuel de Macedo.
( ) d )na lírica confidencial de Álvares de Azevedo e de Casimiro de Abreu.
( ) e) na ficção regionalista e indianista de José de Alencar.

___________________________
Gabarito:
1-a / 2-c / 3-c / 4-b / 5-e


Professora Raika Barreto
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1 O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:

Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
–– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
ALVES, Castro


Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra:
(A) embalsama.
(B) infinito.
(C) amplidão.
(D) dormir.
(E) sono.


2. O retorno à Idade Média foi, em Portugal, manifestação de uma característica do Romantismo.
a) Que característica foi essa?
b) Qual a manifestação correspondente no Romantismo brasileiro?

3.O texto abaixo apresenta, basicamente, três partes: a realidade, o sonho e a realidade novamente. Aponte o início e o fim de cada uma das partes. Compare as duas partes relativas à realidade com a parte relativa ao sonho.


Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela!
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas
Passam tantas visões sobre meu peito!
Palor de febre meu semblante cobre,
Bate meu coração com tanto fogo!
Um doce nome os lábios meus suspiram,
Um nome de mulher... e vejo lânguida
No véu suave de amorosas sombras
Seminua, abatida, a mão no seio,
Perfumada visão romper a nuvem,
Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Passar delicioso... Que delírios!
Acordo palpitante... inda a procuro:
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Só o leito deserto, a sala muda!
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Nunca virás iluminar meu peito
Com um raio de luz desses teus olhos?

4. (FUVEST-SP)
I.Pálida à luz da lâmpada sombria
Sobre o leito de flores reclinada
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia!

II.Uma noite, eu me lembro... ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço no tapete rente.

Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher. Se ambos os textos são românticos, como explicar a diferença no tratamento do tema? Apontar nos dois textos situações contrastantes que revelam essas diferentes concepções.

5. Cite um fato histórico que influenciou o Romantismo.

6. O romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor. Qual?

7. Leia o texto de Álvares de Azevedo a seguir e responda as questões propostas:

Idéias Íntimas (fragmentos)
“Parece-me que vou perdendo o gosto
(...) Passo as noites aqui e os dias longos;
Dei-me agora ao charuto em corpo e alma;
(...) Meu pobre leito! Eu amo-te contudo!
Aqui levei sonhando noites belas;
As longas horas olvidei libando
Ardentes gotas de licor doirado,
Esqueci-as no fumo, na leitura
Das páginas lascivas do romance...

Meu leito juvenil, da minha vida
És a página d’oiro. Em teu asilo
Eu sonho-me poeta, e sou ditoso,
E a mente errante devaneia em mundos
Que esmalta a fantasia! Oh! Quantas vezes
Do levante sol entre odaliscas
Momentos não passei que valem vidas!
Quanta música ouvi que me encantava!
Quantas virgens amei!(...)
Ó meus sonhos de amor e mocidade,
Por que ser tão formosos, se devíeis
Me abandonar tão cedo... e eu acordava
Arquejando a beijar meu travesseiro?

Parece que chorei... Sinto na face
Uma perdida lágrima rolando...
Satã leve a tristeza! Olá, meu pajem,
Derrama no meu copo as gotas últimas
Dessa garrafa negra...

(...) E no cérebro passam delirosos
Assomos de poesia... Dentre a sombra
Vejo num leito d’oiro a imagem dela
Palpitante, que dorme e que suspira,
Que seus braços me estende...

Eu me esquecia:
Faz-se noite; traz fogo e dois charutos
E na mesa do estudo acende a lâmpada...”

a) Destaque os versos do poema que, ironicamente, destroem a idealização amorosa.

b) Pode-se entender, por meio da última estrofe do poema, que a viagem foi encerrada? Por quê?

c) Que tipo de visão o eu lírico tem quando sob os efeitos do álcool?

d) De que modo o eu lírico tornava as “longas
horas” menos dolorosas?

e) Que sonhos criava quando se encontrava no leito?



8. Leia o texto e assinale falsa ou verdadeira.

“Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”

a) os versos fazem parte de um longo poema de Gregório de Matos.
b) Mostram como Álvares de Azevedo foi marcado pelo tema da morte e da solidão.
c) São típicos da poesia Pau Brasil.
d) Definem o poeta tal qual o concebia o Realismo.
e) São típicos do Mal do Século.


9. “Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embaladas!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!”

a) transcreva as expressões que mergulhem a mulher num mundo irreal, idealizado e distante.


10. No poema do exercício anterior , observamos que a mulher aparece frequentemente na poesia de Álvares de Azevedo como figura:
a) sensual
b) concreta
c) próxima
d) natural
e) inacessível

11. “Ó guerreiros da Tribo Tupi
Ó guerreiros, meus cantos ouvi.”
A geração da poesia romântica aí representada é:
a) pré-romântica
b) social
c) indianista
d) mal do século
e) ultra-romântica

12. Assinale o contexto histórico do período do romantismo:
a) Iluminismo
b) Revolução Francesa
c) Inconfidência Mineira
d) Impeachment do Collor
e) Descobrimento do Brasil

13. O Romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor. Qual é essa classe?
a) burguesia
b) senhores feudais
c) nobreza
d) escravo
e) fazendeiro

14. Marque a alternativa que não caracteriza a estética romântica:
a) subjetivismo
b) primado do sentimento
c) culto à natureza
d) pessimismo
e) objetivismo

15. A impossibilidade de realizar o sonho absoluto do Eu gera inquietude, desespero, frustração, que levam às vezes ao suicídio, refletindo a evasão na morte, solução definitiva para o:
a) culto ao real
b) nacionalismo
c) culto ao fantástico
d) mal do século
e) indianismo

16. “Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
O fragmento acima, de um poema de Gonçalves Dias caracteriza o:
a) nacionalismo
b) mal do século
c) culto ao fantástico
d) pessimismo
e) fantasmagórico

17. Sobre o Romantismo brasileiro é correto afirmar que:
a) teve como obra inicial Iracema, de José de Alencar
b) trata da temática sagrado X profano
c) tem como contexto histórico o Iluminismo
d) de modo geral, os poetas têm uma visão da mulher de forma real, não idealizada
e) em sua segunda fase, apresentou poetas cuja inclinação para o mistério e a morte os colocava sobre o clima do “mal do século”

18. Assinale a alternativa em que se encontram características do movimento literário ao qual se dá o nome de Romantismo:
a) predomínio da razão
b) busca de temas nacionais, sentimentalismo e imaginação
c) arte pela arte
d) desejo de expressar a realidade objetiva
e) imitação dos antigos gregos e romanos


Leia o poema abaixo para responder as questões 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26.

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
Portugal, julho de 1843.

19. Explique o título do poema

20. Esse poema ilustra uma característica básica do Romantismo. Qual? Justifique sua resposta com fragmentos do poema.

Observe agora que o poema está organizado a partir da oposição entre dois espaços; a pátria – com os elementos que a caracterizam – e o exílio.

21.Que palavras do texto evidenciam essa antítese?

22.Como é cada um desses espaços para o eu lírico?

23.Que sentimentos ele manifesta em relação à pátria?

24.Esses sentimentos são expressos sobretudo em relação à natureza brasileira: palmeiras, sabiá, bosques e etc. o eu lírico é objetivo e imparcial ao descrever essa natureza? Por quê?

25. Onde é lá? E cá?

26.O Nativismo significa a presença, nos textos literários, de alguns vestígios da natureza ou da vida social do Brasil. Nacionalismo, por sua vez, é um conceito mais amplo, porque envolve a idéia de nação, povo e de uma identidade cultural que os represente. Você acha que o poema de Gonçalves Dias é nativista ou nacionalista? Justifique.

27. Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta – sonhou - e amou na vida.
Assinale Falsa ou Verdadeira:

a)Os versos fazem parte de um longo poema de Gregório de Matos.
b)Mostram como Álvares de Azevedo foi marcado pelo tema da morte e da solidão.
c)Definem o poeta tal qual o concebia o Realismo.
d)São típicos da poesia Pau-Brasil.
e)São típicos do Mal do Século.


Professora Raika Barreto
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Realismo e Naturalismo

Surgimento: II metade do século XIX
Características do realismo:
1) Objetivismo e impessoalidade
2) Busca da verossimilhança: as obras devem dar a impressão de verdade total, isto é, de que constituem um reflexo perfeito da realidade
3) Busca da perfeição formal
4) Pessimismo: os valores burgueses e as crenças religiosas e ideológicas sofrem um processo de completo descrédito
5) Racionalismo - cuja tradução é tanto a análise psicológica como a análise social
Características do naturalismo
1) Arte vinculada às novas teorias científicas e ideológicas européias (Evolucionismo, Positivismo, Determinismo, Socialismo, Medicina Experimental). Daí o outro nome do movimento, criado por Zola: romance experimental.
2) Todas as características do Realismo - menos a análise psicológica. Esta é substituída por variações deterministas que transformam os personagens em fantoches de destinos pré-estabelecidos. Segundo Taine, o homem é produto do meio, da raça e do momento histórico em que vive. Pode-se dizer assim que o Naturalismo é o Realismo mais o cientificismo da II metade do século XIX.
3) Cientificismo sociológico e biológico. O sociológico é dado pelo determinismo do meio e do momento. O biológico pelo determinismo de raça e dos temperamentos e caracteres herdados.
4) Personagens patológicos. Para provar suas teses, os escritores naturalistas são obrigados muitas vezes a apresentar protagonistas doentios, criminosos, bêbados, histéricos, maníacos.
O Realismo e Naturalismo no Brasil
As primeiras idéias renovadoras surgem na década de 1870, no Recife, através da ação de Tobias Barreto e Sílvio Romero.
· Em 1881 aparecem O mulato, de Aluísio Azevedo e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Ainda que não sigam de todo os modelos europeus, as obras são respectivamente consideradas as inauguratórias da estética naturalista e realista no país.
O romance realista

Machado de Assis

I fase: (Tendências indefinidas, com maior acento romântico)
Ressurreição - A mão e a luva - Helena - Iaiá Garcia
· Tentativa de contrastar caracteres, conforme declaração do autor no prefácio de Ressurreição.
· Certos temas recorrentes na II fase, como a ambição e o egoísmo, já se insinuam nestes romances
· Linguagem carregada de lugares-comuns.
II fase: (Realista, mas de um realismo absolutamente singular, fora dos padrões europeus)

Os temas principais:
1 - O adultério: Motivo central de Dom Casmurro e de uma série de contos, além de ser motivo importante de Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba.
2 - O parasitismo social: Reflexo de uma sociedade erigida sobre o trabalho do escravo. Parasitas são quase todos os personagens de Machado, principalmente em Quincas Borba.
3 - A confusão entre a razão e a loucura: As fronteiras estabelecidas entre a razão e a insanidade são vagas e incertas. No conto O alienista desenvolve-se uma ironia feroz contra as certezas cientificistas do século XIX.
4 - O egoísmo, a vaidade, o interesse: Sem estes elementos nada ocorreria nos romances e contos de Machado de Assis. Os personagens movem-se por orgulho ou cobiça, e os que vivem por motivos mais nobres, em geral, são os enganados, os vencidos.
5 - A impossibilidade de ação com grandeza: Se acompanharmos Brás Cubas, Bentinho e o mesmo Rubião, veremos apenas o inventário de mesquinharias e atitudes hipócritas que satisfazem a moral das aparências.
6 - A hipocrisia: Relaciona-se com aspecto do duplo comportamento humano. Intimamente, os seres possuem determinadas facetas, idéias, sentimentos, mas, para satisfazer as exigências sociais, dissimulam, falsificam a sua identidade. Trata-se de um universo de véus e máscaras. Há uma alma interior e uma alma exterior: este é o tema do conto O espelho. Às vezes, a aparência e a verdade se confundem tanto que os indivíduos tomam uma pela outra: Capitu aparenta trair, Bentinho a julga traidora.
7 - A ambigüidade feminina: As mulheres no regime patriarcalista, inferiorizadas socialmente, são impelidas a aprender regras de dissimulação e de sedução, e se servem delas como armas. Muitas vezes, são elas que conduzem os homens desencadeando crises e problemas. Sofia, Capitu, Virgília e dona Conceição - esta última do conto Missa do galo - exemplificam este tipo de mulher.
8- O instinto e o subconsciente como móveis dos atos humanos.
1.       Escreva 5 características da prosa realista.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Com relação ao realismo, é válido afirmar que:
a) analisa o ser humano do ponto de vista estritamente psicológico, isolando-o do meio social.
b) valoriza e introduz na literatura elementos tipicamente brasileiros
c) apresenta exagerada preocupação formal, que se revela na busca de palavras ricas em sugestões sensoriais
d) idealiza a personagem feminina, que é apresentada como um ser excepcional de rara beleza
e) procura analisar com objetividade e senso crítico os problemas sociais

3. Quando dizemos: análise da pessoa como ser totalmente produto de momento/raça/meio, sem probabilidade de reação subjetiva; tentativa de consertar uma sociedade tida como degenerada são aspectos de que movimento literário?
a) realismo
b) romantismo
c) modernismo
d) naturalismo
e) pré-modernismo

4. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:
1) Auguste Comte
2) Charles Darwin
3) Hippolite Taine
4) Karl Marx a) autor da teoria do determinismo: o homem é produto do meio ( )
b) representante do socialismo científico ( )
c) em 1859, publica “Origem das espécies” trabalhando o evolucionismo ( )
d) representante do positivismo ( )

5. Sobre o realismo pode-se afirmar, exceto:
a) o realismo predomina sobre o romantismo na 2ª metade do século XIX
b) realismo e modernismo, no fundo, tinham as mesmas reivindicações
c) são causas do realismo o progresso da ciência e o esgotamento do romantismo
d) os escritores realistas pretendiam reformar a vida social através de seus textos
e) para o realismo-naturalismo o comportamento humano é determinado pelo meio

6. Todas as características citadas a seguir referem-se ao realismo, exceto:
a) predomínio da observação atenta da realidade social
b) liberdade aos vôos da imaginação emotiva
c) crítica da sociedade burguesa
d) denúncia de problemas sociais
e) proposta de uma representação mais objetiva e fiel da vida humana

7. No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação”.

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:

a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.

7. Qual é o romance considerado marco inicial do realismo no Brasil?
a) Dom Casmurro, de Machado de Assis
b) Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
c) O Cortiço, de Aluísio Azevedo
d) O Ateneu, de Raul Pompéia
e) O Mulato, de Aluísio Azevedo


Professora Raika Barreto
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Parnasianismo
Introdução 
A Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura européia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo
O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apólo e das musas da poesia. Na França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.
Características do Parnasianismo
- Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor  parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
- Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
- Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
- O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;
- Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
- Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;
- Preferência pelos sonetos;
- Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
- Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.

Parnasianismo no Brasil
No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (
Semana de Arte Moderna de 1922). 
Os principais representantes do parnasianismo brasileiro foram:
- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias(1883), Versos e Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).
- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde (1919).
- Francisca Júlia. Obras principais: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfínges (1903), Alma Infantil (1912).
- Vicente de Carvalho. Obras principais: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções, (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos, (1916).
* Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada "Tríade Parnasiana".
01.(FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta:
a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.                
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical.
02. Assinale a alternativa que tenha apenas características do Parnasianismo:
 a) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos da natureza;
b) preocupação com a forma, com a técnica e com a métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas;
c)  predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso; descrições de objetos;
d) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do nacionalismo;
e) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente.
03.(MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana:
a)  a oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas.
b)  A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o culto da forma.
c)  A obsessão pelo adorno e contenção lírica.
d) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos.
e) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente.
04. (CEFET-PAR) 
      E sobre mim, silenciosa e triste,
      A Via-Láctea se desenrola
      Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac)
      Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
 a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.
b)  A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
    05. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos:
 a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente estéticas;
b)  há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações populares;
c)  o artesanato poético é sua principal preocupação;
d)  os parnasianos diferem da atitude impassível e anti-sentimental dos realistas;
e)  é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual”.
 06. Ainda quanto a estes temas e atitudes:
 a) existe uma preferência pelos temas universais, objetivos;
b)  ao fazer a fixação da cenas históricas, o poeta coloca-se ao lado dos anseios de sua época;
c)  a mitologia é revalorizada;
d)  filosoficamente, os parnasianos são pessimistas;
e) a descrição de fenômenos naturais é freqüente em seus versos.
   07. Leia os versos:
       Esta, de áureos relevos, trabalhada
      De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
      Já de  aos deuses servir como cansada,
      Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
 
      Era o poeta de Teos que a suspendia.
      Então e, ora repleta ora esvaziada,
      A taça amiga aos dedos seus tinia
      Todas de roxas pétalas colmada.  (Alberto de Oliveira)
        Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema:
 a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo;
b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso;
c) revalorização das idéias iluministas e descrição do passado;
d)  descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga;
e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual.
  Texto para as questões 08 a 10
      Vila Rica
      1                    O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
      2                    Sangram, em laivos de outro, as minas, que ambição
      3                    Na torturada entranha abriu da terra nobre;
      4                    E cada cicatriz brilha como um brasão.
 
      5                    O ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
      6                    O último ouro do sol morre na cerração.
      7                    E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
      8                    O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
 
      9                    Agora, para além do cerro, o céu parece
      10                Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu
      11                A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.
 
      12                Como uma procissão espectral que se move...
      13                Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
      14                Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. (Olavo Bilac)
   08. Sobressai no poema:
 a) a descrição de um ambiente fictício;
b) a visão do homem infeliz;
c) um retrato valorizador da fé humana;
d) um aprofundamento do mistério humano;
e) O aspecto descritivo e a lembrança de um passado histórico.
  09. Predominam no texto:
 a) imagens gustativas e auditivas;
b)  imagens acústicas e tácteis;
c) imagens  acústicas e olfativas;
d) imagens visuais e tácteis;
e) imagens acústicas e visuais.
10. Assinale o par que melhor se aplica ao poema:
 a) manhã / tarde
b)  religião / ateísmo
c) dor / felicidade
d) mistério / solução
e) opulência / decadência


Professora Raika Barreto
Aluno:------------------------------------------------------------------
Introdução 
O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.
Características do Simbolismo
- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
- Caráter individualista
- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão
- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).
Simbolismo no Brasil
No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920. 
Principais artistas simbolistas
Literatura internacional:
- Charles Baudelaire – autor da obra As flores do mal (1857) que é considerada um marco no simbolismo lliterário.
- Arthur Rimbaud
- Stéphane Mallarmé
- Paul Verlaine
Literatura brasileira:
- Cruz e Souza
- Alphonsus de Guimaraens
Artes Plásticas:
- Paul Gauguin
- Gustave Moreau
- Odilon Redon
Teatro
- Maurice Maeterlinck
- Gabriele d'Annunzio
Atividades

Texto I: Viola Chinesa

Ao longo da viola morosa
Vai adormecendo a parlenda
Sem que amadornado eu atenda
A lenga-lenga fastidiosa.

Sem que o meu coração se prenda,
Enquanto nasal, minuciosa,
Ao longo da viola morosa,
Vai adormecendo a parlenda.

Mas que cicatriz melindrosa
Há nele que essa viola ofenda
E faz que as asitas distenda
Numa agitação dolorosa?

Ao longo da viola, morosa...

(Camilo pessanha)

Vocabulário:
morosa: lenta
parlenda: conversa, discussão
amadornado: sonolento
atenda: preste atenção
fastidiosa: tediosa
ofenda: desperte
asitas: asinhas
distenda: estenda
melindrosa: sensível

1. Considerando as duas primeiras estrofes, percebemos que o poeta explora bastante certos fonemas, produzindo uma musicalidade que se espalha por todos esse versos. Explique esse trabalho de linguagem, apontando a ocorrência desse efeito sonoro.

2. Em que estado se encontra o eu lírico enquanto ouve a "viola morosa"?

3.O poeta simbolista está sempre aberto aos estímulos sensoriais, que lhe despertam sugestões, emoções indefinidas e vagas. repare que, à medida que a conversa morre, fica no ar apenas o som da viola. Em que versos da terceira estrofe revela o eu lírico a inquietação que o som da vida produz em seu interior?

4. O eu lírico define essa inquietação ou apenas a registra? Justifique.

5. Em resumo: que características tipicamente simbolistas você reconhece nesse texto?

Texto II: Violões que choram...
(fragmento)

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações a luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos Nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram,
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

E sons soturnos, suspiradas magoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas,
Noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febril agitação de um pulso.
(Cruz e Souza, jan. 1897)

Vocabulário:
plangentes: que choram
ignotas: desconhecidas
sutis: leves, delicadas
palpitações: sobressaltaos
anseio: desejo
dilacerando: torturando
pungem: ferem
laceram: machucam
dolências: mágoas, tristezas
soturnos: tristes
veladas: abafadas
volúpias: delícias
vórtices: redemoinhos
vulcanizadas: entusiasmadas

6. Os elementos sensoriais - sons, cores e odores - constituem estímulos para a imaginação do poeta simbolista, que, a partir deles, desenvolve associações de ideias bem particulares. Nesse texto, que elemento sensorial serve de ponto de partida para o poema?

7. Com que são comparados ou associados os sons dos violões?

8. Os osns dos violões despertam que recordações no eu lírico?

9. Considere agora o aspecto sonoro dos versos. Que trabalho de linguagem se destaca no texto? Por quê?

10. Em resumo: que características tipicamente simbolistas estão presentes nesse texto?

Texto III: Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)

11. O ritmo envolvente e a riqueza de sugestões que desperta fizeram desse poema um dos mais famosos do nosso Simbolismo. Vamos considerar, inicialmente, o ritmo. Que medida métrica e esquema de rimas usou o poeta?

12. Em sua loucura, Ismália queria a lua do céu e a lua do mar. Considerando a dimensão simbólica do poema, o que pode representar esse desejo? De que "loucura" se trata?












 
REALISMO/NATURALISMO
(1881 - 1893)


v  Panorama histórico:

 - Socialismo, cientificismo, evolucionismo, positivismo, lutas antiburguesas, 2ª Rev. Industrial;
Em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, inicia-se o Realismo no Brasil.
No Brasil: abolição, República, romance naturalista, poesia parnasiana.


Características do Realismo:

v     Objetivismo;
v     Descrições e adjetivações objetivas;
v     Linguagem culta e direta;
v     Mulher não idealizada; real. Ex.: Marcela e Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas), Sofia (Quincas Borba)...
v     Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais;
v     Herói problemático;
v     Narrativa lenta, tempo psicológico;
v  Personagens trabalhados psicologicamente.

Principal autor:
Machado de Assis com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.


              Naturalismo (características)

 - Determinismo biológico;
 - Objetivismo científico;
 - Temas de patologia social;
 - Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
 - Linguagem simples;
 - Descrição e narrativa lentas
 - Impessoalidade;
-          Preocupação com detalhes.

Principais autores:

Aluísio Azevedo,
“O mulato”, em 1881: início do Naturalismo no Brasil; “O Cortiço”,
 Raul Pompéia, “O Ateneu”.


DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO


Realismo


-          Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França).

 - Romance documental, apoiado na observação e na análise.

-          A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para fora”, por meio de análise psicológica capaz de abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar.

 - Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo.

-          As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a esta classe social.

-          O tratamento imparcial e objetivo  dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.



Naturalismo

-          Forte influência da literatura de Émile Zola (França).

 - Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica.

-          A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento.

 - Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social.

-          As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas.

 - o tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.

Literatura ...
O que é?
Qual Sua Função?
O que representa?














                                  























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